Desde muito nova eu sempre achei chique fazer um mochilão pela Europa e visitar vários países de uma só vez. Acho que a proximidade entre as fronteiras, e também por muitas nações fazerem parte da União Europeia, definitivamente facilita com que o turismo seja muito mais fluído por lá - não apenas para os europeus, mas para nós brasileiros também.
Em 2019, eu tive a minha segunda oportunidade de explorar o continente antigo. Antes disso, em 2017, eu tinha feito esse tipo de viagem, mas apenas dentro da França e da Itália, visitando diversas cidades e povoados escondidos - muitos deles que eu nunca tinha ouvido falar.
Já em outra mais recente aventura, Steven e eu decidimos por um roteiro bem curioso: Portugal, Espanha, Marrocos, Israel, Hungria... Romênia. O motivo para esse último ser considerado no nosso roteiro foi por família: a avó paterna do Steven nasceu lá, e por isso, queríamos conhecer o país.
Terra do famoso Drácula, a Romênia possui uma cultura muito interessante, e com certeza me surpreendeu bastante durante minha visita por lá. Ao todo, ficamos uma semana viajando entre algumas das cidades principais, e aqui vão algumas dicas para você considerar esse destino na sua próxima ida à Europa!
Sim, o Conde Drácula existiu de verdade!
Para quem não sabe, a Transylvania fica em terras romenas. Quando começamos a planejar nossa viagem, esse era um dos lugares que eu queria muito visitar. Não que eu fosse super fã de histórias de vampiros, mas quem não quer conhecer um castelo famoso mundo à fora?! E, para minha surpresa, o tal Drácula realmente existiu - mas não exatamente como conhecemos nas narrativas.
O escritor Bram Stoker, se baseou na vida do conde Vlad III Dracul para criar a história do vampiro mais famoso de todos os tempos. Vlad governou durante o século 15 e, ainda que não se saiba ao certo sobre seu gosto pelo sangue alheio, ele ficou famoso pela crueldade com que enfrentava (e matava) seus inimigos. Muito sanguinário nas suas batalhas, ele também gostava muito de praticar empalamento*. Jesus Cristo!
Porém, ainda quem tivesse uma conduta considerada malévola (acho que todos concordamos com isso), o conde Vlad III ainda é considerado um herói nacional por defender o território romeno contra invasores durante toda sua vida. E, o Castelo de Bram, em que ele morou por muito tempo, também inspirou o Castelo do Drácula nos filmes - e por isso, atrai milhares de visitantes todos os anos para a Transilvânia.
Toda a região possui arquitetura medieval predominante, e o castelo em si não tem nada de pomposo. Feito com paredes lisas, pisos de pedra, e detalhes em madeira, o ambiente possui uma frieza muito além da temperatura ambiente. A construção fica no topo de um morro, com uma vista privilegiada do campo em seu entorno.
Sendo bem sincera, amei o passeio! Acho que quando pensamos em castelos, logo imaginamos algo luxuoso e cheio de dourado, algo muito característico do século XVII. Mas, nesse caso, fiquei muito surpresa pela (como eu disse) arquitetura fria e medieval. Também não esperava que um tirano como esse fosse considerado um herói nacional - o que, com certeza, foi um fato curioso!
*Empalamento ou empalação é um método de tortura e execução que consistia na inserção de uma estaca que atravessasse o corpo do torturado, até à morte do torturado. A vítima, atravessada pela estaca, era deixada para morrer sentindo dores terríveis, agravadas pela sensação de sede. (Wikipédia)
Viagem econômica
A Romênia não utiliza o Euro como moeda oficial, apesar de pertencer à União Europeia. O Leu (leão em português) é o dinheiro que circula pelo país e vale um pouco mais do que o Real: €1,00 = LEU$4,94 - isso ajuda muito a nossa vida de brasileiro que quer conhecer a Europa, mas está com o orçamento mais curto.
Além disso, a Romênia já é considerada um país bastante econômico tanto para o turismo como para se viver. Então, se você quer embarcar para a Europa, dê uma parada nesse país que vai fazer seu dinheiro render bastante!
Arquitetura
Um dos prédios mais famosos da atualidade, e o segundo maior edifício do mundo, está localizado em Bucareste, capital romena. Ao todo são 1.100 salas espalhadas em mais de 350.000m2 no que é considerado o Parlamento da Romênia. O custo total desse monumento foi de 4 bilhões de EUROS! Eu não cheguei a fazer o tour guiado por lá, mas dizem que nem metade dessas salas são utilizadas nos dias atuais.
Para quem não sabe, o Parlamento foi construído durante o regime comunista, e tinha como um dos objetivos ser a residência principal do então ditador Ceauşescu.
Apesar desse projeto ter sido iniciado à mando desse comandante, ainda na década de 80, a construção só foi concluída após a queda do regime, nunca chegando a ser habitado. Desperdício, eu sei...
Fora o Parlamento, é muito interessante observar a diferença entre o que já foi a Europa comunista e a Europa Ocidental ao caminhar pelas ruas. Isso porque, até hoje, é possível sentir o clima do antigo regime, com as casas e prédios em estilo soviético, com cores frias e arquitetura simples. Andando pelas ruas eu me senti viajando no tempo! É um outro mundo, ainda mais quando você viaja para dentro do pais...
Idioma Similar
É difícil de acreditar, mas o idioma romeno é muito similar ao espanhol e, até mesmo, ao português. Isso porque ele também é uma língua romana, e apesar da sua distinção na pronuncia, é fácil assimilar os textos escritos.
De maneira nenhuma consegui me comunicar com os locais rs mas consegui compreender as placas de trânsito, por exemplo. Então, se você não é fluente em romeno, pode ficar tranquilo, porque por lá você não vai passar aperto!
Patrimônio Mundial da Unesco
A Romênia não é um país muito grande. E, ainda assim, é o lar de 7 (SETE!) lugares que são tombados como Patrimônio Mundial, pela Unesco.
Entre eles estão: as Fortalezas Dácias nos Montes Orastie, o Centro Histórico de Sighisoara, o Mosteiro de Horezu, as aldeias com igrejas fortificadas da Transilvânia, as Igrejas de Madeira de Maramures e o Delta do Danúbio.
Ou seja, além de conhecer um país não tão badalado, com uma arquitetura diferente da França e Espanha, por exemplo, com um idioma que é muito fácil de assimilar com o português, e com a moeda local a quase o mesmo preço que o Real (milagre rs), você também terá a oportunidade de conhecer lugares impressionantes e muito importantes para a História Moderna!
Conclusão
O que me motivou a visitar esse país foi o vínculo afetivo. Como mencionei acima, a avó do meu esposo nasceu nesse país, e tenho muito carinho por ela. Quando planejamos essa viagem, pareceu algo natural visitar e conhecer as origens da família do Steven.
O que eu não esperava era todas essas vantagens que mencionei acima. Com certeza, voltaria lá outras vezes, para explorar com mais calma as diversas partes bastante interessantes por lá.
E aí, ficou interessado em conhecer esse país?! Me conta o que você achou sobre minhas dicas <3