24 anos.. meu Deus! Como o tempo voa. Ainda sinto na pele a emoção de quando eu tirei a minha (sofrida) carteira de motorista há cinco anos, e das minhas lágrimas no meu vigésimo aniversario (só porque eu tinha saído da primeira dezena rs) e de quando eu comecei meu curso de moda há (melhor não mencionar) anos atrás.
Eu sempre fui muito sonhadora, com uma imaginação pra lá de fértil. Sempre incentivada pela minha família, eu entrava nas histórias dos diversos livros que eu lia, criava meus próprios personagens e até me arriscava em escrever algumas crônicas por aí. Minha mente viajava, não apenas na literatura, mas na minha própria vida. Me idealizava, e idealizava meu futuro. Exigia (e exijo) muito de mim mesma e o perdão não estava no meu dicionário, nem mesmo para mim mesma.
Idealizei a vida perfeita, o sonho que se tornaria realidade e à essa altura dos 24 anos eu esperava ter realizado mais, ido muito além.
Hoje, com vários tropeços, estou aprendendo a caminhar, ao invés de correr. Aprendendo que eu nunca fui a dona da razão e que ainda estou amadurecendo. Consigo perceber e, mais importante, aceitar que eu era muito ingênua... Eu gostava de sonhar porque ela a maneira mais fácil de fugir sem sair do lugar.
Todos meus sonhos para ‘até meus 24 anos’ eram ilusórios. E, ao invés de ilusões, eu conquistei realidade.
Se minhas contas não estiverem erradas, eu poderia ter me graduado há dois anos no curso que escolhi pra mim. Já poderia estar livre pra viajar (ainda mais) e encontrar um lugar pra chamar de meu. Bem, eu nunca fui muito previsível nem domável. Fui rebelde, quis revolucionar, quando na verdade apenas segui os passos dos meus pais.
Viajei.. muito! Do meu maior sonho eu fiz realidade. Chorei ao ver a torre Eiffel pela primeira vez, conheci a neve em Mendonza, comi pizza em Florença, me meti na selva de pedra de Nova York, fugi sozinha pra Punta Del Este, encontrei o amor em Buenos Aires - amor esse que me fez encontrar a mim mesma. Eu precisei ir longe, e voltar, e ir de novo. Precisei de varias chances, de varias experiências, de vários abraços perdidos na saudades, pra finalmente aprender (ou começar o processo de aprendizado) de que a pressa não é minha amiga. Não preciso correr, não preciso me desesperar, não preciso passar tão rápido as folhas do calendário: eu posso realizar meus sonhos hoje, agora, nesse instante, aonde quer que eu esteja.
Faço desse texto uma carta aberta à mim mesma, para que eu possa me lembrar das vezes que sonhei e acordei mas, principalmente, das vezes que vivi e continuei.
24 anos de intensidade, de risadas, de busca pelo autoconhecimento. Fiz muito mais que algumas pessoas fizeram em toda a vida, e muito menos do que outras. Mas de uma coisa eu tenho certeza: eu fiz tudo o que eu podia fazer.
Obrigada à vida por essa experiência maravilhosa a cada instante, e pela mágica em cada esquina. Ainda não acostumei com a nova idade, mas estou ansiosa por tudo o que o destino me reserva.