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O melhor da viagem são as pessoas

Querido diário,

Sempre fui uma amante de viagens. Quando eu era pequena, me lembro de ir levar meus irmãos no aeroporto para qualquer que fosse a viagem deles, e aquilo pra mim já era o passeio da semana. Eu andava por aqueles corredores, observando os painéis de voos e as pessoas, imaginando a história por trás de cada sorriso, de cada lágrima, de cada destino naqueles telões... demorou um pouco pra eu começar minhas próprias viagens. Eu sempre passeava daqui pra lá, do Rio pra São Paulo, São Paulo para Espírito Santo ou pra Ouro Preto. Mas, minha primeira viagem internacional foi ao 15 anos, pra Disney - quando nenhum dos meus pais já tinha saído do país. E essa viagem me deu uma sensação maravilhosa, libertadora.


Meus pais, muito cuidadosos, me enviavam mensagens a cada cinco minutos e eu, como uma típica adolescente, achava aquilo supeeeeeeeeeeer chato e respondia as milhares de mensagens de uma só vez com um simples 'está tudo bem por aqui'. Eu estava em uma viagem por agência, com pessoas da minha idade e, de brinde, com duas amigas do colégio - com certeza conversar com meus pais pelo telefone não estava na minha lista de prioridades - e nem existia smartphone na época!


Já recentemente, tive a experiência de morar dois anos fora do país. Mesmo com inúmeras dificuldades, consegui trabalhar de babysitter e estudar inglês, em NYC, além de estudar Moda e trabalhar em um restaurante mexicano, em Buenos Aires. E, mesmo já tendo alguns anos desde essas minhas experiencias, ainda me sinto conectada à toda a essa energia mas, principalmente, à todas as pessoas que tive o prazer de conhecer. E é sobre elas que quero escrever hoje.


Quando viajamos sozinhos somos obrigados a conversar com todo mundo, mesmo que a gente não faça a menor ideia de quem eles são, além de ter que sair - e muito - da nossa zona de conforto. Eu me vi obrigada a aprender várias coisas que, até então, eu não tinha me dado o esforço de me dedicar: me comunicar em outro idioma, desenvolver um GPS mental, me esforçar para estabelecer laços com os novos "colegas", criar vínculos, cozinhar, são apenas uns dos exemplos... E os amigos que me restaram disso foram o maior prêmio que eu podia ter recebido na minha vida!! E são relações que, se cuidamos, duram muito mais além de um único período da sua vida.


Essa semana, eu recebi, na minha cidade e na minha casa, um casal de amigos de uma dessas minhas viagens. Nos conhecemos em Buenos Aires, em 2015, e, criamos uma amizade forte e sincera, além de duradoura! Eu, brasileira, Denice, colombiana e Juan, venezuelano. Junto com meu namorado, americano, que também era nosso amigo nessa época, passamos dez lindos dias colocando a saudade pra trás, conversando até altas horas, tomando vinho de Buenos Aires e passeando pela minha cidade.


NÓS 4! Da esquerda para a direita: Steven (meu namorado), eu, Denice e o Juan (eles também são um casal), em um mirante em Nova Lima, próximo a BH.

Antes da chegada deles, eu estava preocupada por não enxergar em Belo Horizonte muitas coisas diferentes pra fazer com eles mas, assim que nos encontramos no aeroporto, percebi que eu não tinha que me preocupar por nada:

o importante é compartilhar os momentos, mostrar nosso cotidiano, estar junto.

Foi a primeira vez que eu recebi amigos do intercâmbio na minha cidade. Foi tudo tão novo e incrível, ao ver eles conhecerem tudo o que eu sempre contava ao falar de onde eu era. Juntar minha família com meus amigos, que eu considero minha família de coração, foi ainda mais especial e acompanhar eles se sentindo em casa, indo na padaria sozinhos... rs não que sejam meus filhos, mas essa intimidade é tão gostosa de compartilhar!


Em janeiro de 2016, eu e o Juan (que veio me visitar essa semana) tínhamos ido visitar nossa amiga Manuela, do mesmo intercâmbio, em Austin, Texas (ela é brasileira mas fazia faculdade nos Estados Unidos). Minha primeira vez vendo AMBOS desde o fim do intercâmbio, sete meses antes. A Manu já estava no terceiro ano dela por lá e foi bem legal conhecer Austin pelos olhos de uma brasileira-local: conhecer a universidade, os amigos, a casa e a rotina dela... Eu lembro que me diverti bastante, relaxei enquanto estava de férias e só me preocupava em aproveitar ao máximo tudo aquilo! Foram apenas quatro dias - que me resultaram em um voo extra por relaxar demais e perder a hora! hahahah mas isso já é outro assunto.


Mas, dessa vez, como anfitriã, senti mais responsabilidade e pressão sobre mim. Queria que eles tivesse um momento mágico por aqui, estar sempre solícita para levar eles pra passear, mostrar minhas comidas preferidas (porque se tem uma coisa que fazemos em MG é comer! hahaha). No final das contas, consegui relaxar e deixar tudo fluir, apesar de ter exigido muito de mim. Me concentrei muito em fazer com que eles tivessem o melhor que eu podia oferecer mas acabei me deixando fluir pelo sentimento de estarmos juntos era o mais importante. E era mesmo! Dois anos depois do fim da nossa vida em Buenos Aires e, é claro, que queremos aproveitar o máximo nosso reencontro.E, assim como quando eu visitei a Manu, eles também não estavam preocupados com nada além de matar a saudade e compartilhar experiências.

Após dez dias já posso sentir saudade deles de novo.

Amei viver com eles em Belo Horizonte e trazer cada um mais pertinho da minha vida.

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